
A recente crônica publicada pelo Blog do Bispo, abordando o assédio sexual nos bastidores da política, teve uma repercussão que surpreendeu até os mais experientes membros da redação. O texto, que denunciava a normalização do assédio em ambientes de poder e questionava o silêncio conivente de instituições e figuras públicas, gerou uma verdadeira avalanche de relatos enviados por leitoras e leitores — muitos deles inéditos e extremamente graves.
Foram dezenas de mensagens que chegaram ao blog nas horas e dias seguintes à publicação. Relatos de mulheres que atuam ou atuaram em gabinetes parlamentares, em câmaras municipais, assembleias legislativas e outros espaços políticos, contando experiências de assédio, coerção e silenciamento. Muitas desabafaram pela primeira vez, movidas pela coragem que o texto ajudou a despertar.
“A crônica nasceu da indignação com o que se vê e o que não se vê na política: uma cultura de impunidade, protegida por estruturas de poder que preferem esconder do que enfrentar. O que não esperávamos era a quantidade de histórias que estavam represadas e encontraram ali uma fresta para se manifestar”, comentou o autor da crônica, editor do Blog do Bispo.
Entre os relatos, estão casos que vão desde abordagens invasivas até situações de violência mais grave, sempre permeadas pelo medo de retaliação e pela cumplicidade do sistema. Muitas das vítimas afirmaram que não denunciaram antes por temerem perder seus empregos, suas reputações ou suas vidas políticas.
A repercussão também ultrapassou os leitores habituais do blog, sendo compartilhada por ativistas, jornalistas e até mesmo parlamentares, alguns dos quais se comprometeram publicamente a tratar o tema com a seriedade que ele exige.
Diante da gravidade das denúncias e da urgência do debate, o Blog do Bispo informa que irá manter uma editoria fixa dedicada a acompanhar e aprofundar a discussão sobre assédio sexual na política, além de buscar parcerias com organizações de apoio às vítimas e canais seguros de denúncia.
“A política é feita por pessoas — e pessoas devem ser protegidas, não violentadas. Se o poder serve para calar, então é nosso dever usar a palavra para romper esse silêncio.”