Brasília, 30 de julho de 2025 — Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (30) sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Global Magnitsky, instrumento jurídico adotado pelo governo americano para punir estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos.
A informação foi divulgada oficialmente pelo Departamento do Tesouro dos EUA, que incluiu Moraes na lista de indivíduos sancionados. As medidas incluem o bloqueio de eventuais bens sob jurisdição americana e a proibição de entrada nos Estados Unidos. Familiares próximos também podem ser afetados, conforme os critérios da legislação.
A decisão ocorre em meio a crescente pressão de setores conservadores e parlamentares republicanos dos EUA, que acusam o ministro brasileiro de promover censura e perseguição a opositores políticos do governo Lula. Moraes, que atua como relator de inquéritos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, tem sido alvo de críticas internacionais por decisões consideradas polêmicas no campo da liberdade de expressão.
Fontes ligadas à diplomacia americana indicam que a inclusão de Moraes na lista da Lei Magnitsky vinha sendo avaliada desde junho. A medida teria sido impulsionada por ações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que esteve nos Estados Unidos em diversas ocasiões solicitando apoio a sanções contra membros do STF.
Em resposta à decisão, o governo brasileiro deve emitir nota oficial nas próximas horas. Nos bastidores, a diplomacia brasileira trata o caso como “grave” e discute a convocação do embaixador dos EUA no Brasil para prestar esclarecimentos.
A sanção imposta a Moraes marca um momento inédito nas relações entre os dois países e aprofunda a tensão diplomática que se intensificou nos últimos meses, especialmente após a revogação de vistos de magistrados brasileiros por parte do governo norte-americano.
