A ausência de um nome declaradamente evangélico na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte tem levantado questionamentos dentro das principais lideranças religiosas do estado. Apesar do crescimento dos evangélicos nas últimas décadas — tanto em número de fiéis quanto em influência política — o Rio Grande do Norte vive um paradoxo: enquanto outros estados fortalecem suas bancadas evangélicas, aqui o segmento segue sem uma voz diretamente representativa no parlamento estadual.

Hoje, não há nenhum deputado estadual que atue, oficialmente, como representante dos interesses evangélicos. Isso tem gerado um dilema entre as igrejas, principalmente as pentecostais, que se veem sem canais formais de diálogo direto no Legislativo. A falta de representatividade dificulta pautas ligadas à liberdade religiosa, defesa da família tradicional e projetos sociais ligados às igrejas.

Há ainda outro dado que chama atenção e reforça a crise de representatividade: o Rio Grande do Norte jamais elegeu uma mulher evangélica para a Assembleia Legislativa. Na verdade, em toda a história da Assembleia Potiguar, nenhuma mulher evangélica ocupou uma das cadeiras do parlamento estadual — um contraste gritante com outros estados do Nordeste e do Brasil, que já contam com nomes femininos atuantes e vocalmente ligados à fé cristã.

O cenário para 2026 começa a ser discutido nos bastidores. Surgem nomes especulativos, líderes de ministérios e figuras femininas de grande influência nas igrejas que já demonstram interesse em romper essa barreira. A expectativa é que, com maior organização e articulação, o segmento consiga não apenas lançar, mas também eleger, pela primeira vez, uma representante feminina evangélica.

Por ora, a ausência permanece como uma ferida aberta e cada vez mais visível no corpo político do estado. O crescimento evangélico no RN já é um dado estatístico. Falta agora que esse avanço também se reflita nas urnas — com representatividade de gênero, fé e propósito.

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