Com a desistência da federação entre PSDB e Podemos, uma nova composição nacional envolvendo PSDB, MDB e Republicanos começa a ganhar corpo — e, se confirmada, pode provocar impactos imediatos no Rio Grande do Norte. Um dos primeiros afetados seria o senador Styvenson Valentim (PSDB), que ingressou recentemente no partido justamente na expectativa de integrar a federação com o Podemos, sigla com a qual mantém afinidade ideológica.
A entrada do MDB e do Republicanos no bloco, porém, muda completamente o perfil da federação. O MDB no RN é liderado pelo vice-governador Walter Alves, herdeiro de um grupo político tradicional, e o Republicanos é influenciado pelo ex-prefeito Álvaro Dias rival de Walter.
A permanência de Styvenson numa federação que reúna forças com as quais ele tem pouco ou nenhum alinhamento prático ou discursivo se torna improvável. A avaliação nos bastidores é de que ele se sentiria engessado dentro de uma estrutura federativa que exige fidelidade programática, atuação conjunta e disciplina partidária — tudo o que vai na contramão do seu estilo político.
Diante desse novo cenário, cresce a especulação de que o senador pode buscar uma nova legenda nos próximos meses. Um retorno ao Podemos, ou a ida para um partido menor que lhe permita manter independência para disputar a reeleição ou até mesmo uma candidatura ao governo, são possibilidades em aberto.
A eventual saída de Styvenson da federação seria o primeiro grande efeito colateral de uma união que, embora potente em termos estruturais, pode enfrentar dificuldades internas para acomodar diferentes perfis políticos. Mais do que uma simples junção de siglas, a federação PSDB–MDB–Republicanos representaria uma tentativa de reorganização do centro político potiguar — mas não sem custos.
A política do RN começa a se mover com força rumo a 2026, e a situação de Styvenson Valentim pode ser apenas a primeira peça a se deslocar nesse novo tabuleiro.
