
Nos bastidores do governo do Rio Grande do Norte, a movimentação do vice-governador Walter Alves tem chamado atenção — e alimentado uma série de especulações. Embora declare publicamente que não será candidato ao Governo do Estado em 2026, Walter já se comporta como quem está a caminho do cargo. E mais: como alguém que já se prepara para assumir o comando do Executivo antes mesmo da eleição.
Com a expectativa de que a governadora Fátima Bezerra deixe o cargo em 2026 para disputar uma vaga no Senado, Walter assumiria o governo com pelo menos 10 meses de antecedência do término oficial do mandato — o que o colocaria no centro da cena política em um momento decisivo. E é exatamente esse cenário que parece embasar as suas recentes ações.
A nomeação de figuras ligadas diretamente ao MDB, como Alan Silveira para o Desenvolvimento Econômico e Luciano Santos para Recursos Hídricos, indica mais do que influência: revela um processo de montagem antecipada de um futuro governo com a cara de Walter. Na prática, o vice-governador já estaria desenhando sua equipe de confiança e ocupando espaços estratégicos para uma possível transição suave e continuada.
Outro fator que fortalece essa leitura é o apoio declarado do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, que afirmou recentemente que estará com Walter, “como esteve em 2022”. Trata-se de um apoio de peso, que sinaliza um campo político bem pavimentado e uma articulação robusta em andamento.
Embora continue negando oficialmente qualquer pretensão eleitoral, a postura de Walter contrasta com seu discurso. A estratégia pode ser interpretada como um movimento de proteção, evitando o desgaste prematuro e mantendo margem de manobra enquanto o cenário ainda se acomoda. Mas entre o que se diz e o que se faz, o vice-governador parece já estar em campanha silenciosa — e antecipada.
Com a eventual saída de Fátima e o apoio de lideranças importantes, Walter Alves poderá chegar ao cargo com força inédita e tempo suficiente para consolidar sua imagem de gestor antes mesmo da disputa nas urnas. Se será candidato, ele ainda diz que não. Mas se preparar para governar, ele já está.