Em 1978, depois que o então presidente Ernesto Geisel indicou o general João Baptista Figueiredo, do Serviço Nacional de Informações, para ser seu sucessor, o governo iniciou uma campanha para popularizar a imagem do chefe do SNI, chamado de “João do Povo”.

A iniciativa fracassou, em boa parte devido à personalidade do general. Em agosto daquele ano, ao conceder uma entrevista sobre seu grande apreço pelos cavalos, um repórter perguntou se o futuro presidente gostava do “cheiro do povo”. Figueiredo respondeu: “O cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)”.

Na política local, a frase “perder o cheiro do povo” se refere a mudança de comportamento do indivíduo, se afastando de suas bases eleitorais em troca de ser aceito na alta sociedade que não lhe elegeu.

Podemos caracterizar alguém que perde o cheiro do povo, pela mudança de comportamento, de amizades, de telefones ou endereço.

O cheiro do povo significa proximidade, contato, diálogo, presença e sintonia, uma vez perdida, jamais será recuperada.

Político que passa 3 anos longe do povo, não consegue recuperar esse tempo. Quem conquista um mandato eletivo precisa entender que é passageiro, todos passam pelo teste das urnas, sendo ela soberana para escolher.

Político que escolhe a elite em detrimento do povo, a alta sociedade ao invés da massa, tem na maioria das vezes o caminho selado ao fracasso.

Perdeu o cheiro do povo, perdeu a essência.

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