
O clima dentro do PT potiguar azedou de vez. O nome do ex-senador Jean-Paul Prats, que já foi tratado como peça-chave no projeto do partido no Rio Grande do Norte, agora parece estar sendo rifado sem dó nem piedade. O curioso é que o movimento não partiu apenas das cúpulas internas, mas ganhou eco em uma frente quase orquestrada de blogs alinhados à esquerda, que passaram a bater pesado no ex-aliado.
O motivo? Nos bastidores, comenta-se que Jean mexeu onde não podia. Ele teria denunciado os desmandos e o estilo centralizador que marcam a condução do PT no estado. A fala caiu como bomba, já que expôs publicamente aquilo que muitos dizem apenas em voz baixa: a maneira quase ditatorial com que a esquerda no RN toma decisões, fechando portas para o contraditório.
Daí em diante, os ataques não pararam. O que antes eram elogios à sua competência e lealdade, agora viraram críticas afiadas, como se fosse necessário apagar seu legado para justificar o rompimento. A estratégia parece clara: isolar Jean, fragilizar sua imagem e sinalizar a outros eventuais insatisfeitos que o preço de desafiar a direção é alto.
O que se especula nos corredores é se Jean-Paul Prats vai aceitar o papel de descartado ou se pretende construir um novo caminho político, aproveitando justamente esse racha para se projetar como voz independente. Afinal, é em momentos de ruptura que muitas lideranças encontram espaço para se reinventar.
Apesar do esforço da presidente do diretório estadual Samanda Alves de colocar panos quentes, o clima está pesado. O PT, por sua vez, mostra mais uma vez que não admite dissidências internas sem reagir com força. Mas será que a tentativa de “queimação” não pode acabar fortalecendo Jean, transformando-o em símbolo de resistência ao próprio sistema que o excluiu?